Manuel, no leito de morte, decidiu ter uma conversa definitiva com a sua companheira de toda a vida sobre a fidelidade da mesma:- Mulher, podes falar sem medo... já vou morrer mas prefiro saber tudo... Alguma vez me traíste?
- Manel, não fales dessas coisas que eu tenho vergonha...
- Podes dizer...
- Não quero...
- Fala mulher, desembucha... Agora já nada importa…
Depois de muita insistência ela resolveu abrir o jogo:
- Está bem Manel, vou contar, mas não me responsabilizo...
- Podes contar.
- Oh Manel, traí sim, mas só foram três vezes.
- Então conta lá como foi! Três vezes na vida toda até que nem foi muito!
- A primeira foi quando tu foste demitido daquele emprego em que brigaste com o chefe.
- Sim, mas eu fui admitido de novo, quase a seguir…
- Pois é Manel... eu fui lá conversar com o chefe, acabei por deitar-me no sofá… e ele contratou-te de novo.
- Ah, mulher, foste muito boa comigo... essa traição nem dá para te levar a mal. Foi pela necessidade da nossa família... estás perdoada. E a segunda?
- Lembras-te quando foste preso por andares à pancada no tasco?
- Lembro-me mulher, mas não fiquei nem seis horas na cadeia.
- Pois é Manel ...eu fui lá conversar com o chefe e acabei no chão com ele.
- Ah mulher, isso também não conta, a causa foi justa...imagina ficar preso lá uma temporada. Tu nem me traíste, foi pela nossa família e pela minha liberdade. E a última?
- Lembras-te quando te candidataste para presidente da junta de freguesia?
- Lembro mulher... quase que fui eleito!
- Pois é... fui eu que consegui aqueles 1.752 votos...
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